São José, referencial para o cristão

Todo povo cristão precisa de valores referenciais em sua vida. Vale dizer que precisa de figuras de frente nas coisas de Deus. São José foi uma dessas, que se tornou ao longo dos séculos um referencial, que aponta caminhos seguros para a fidelidade às coisas de Deus, com o exercício de responsabilidade à missão que recebeu.

Embora São José tenha sido objeto de uma forte preocupação na reflexão ao longo dos séculos, ele sempre morou profundamente na devoção do povo; certamente, mais fortemente do que aparece na liturgia e nas fórmulas de louvor com que a Igreja celebra os santos, e talvez mesmo além dos próprios tratados teológicos, tão parcos em comentar São José.

Muitas Igrejas, oratórios, lugares, congregações religiosas lhe foram dedicados. Muitas pessoas o homenageiam tomando o nome de José que é, fora de dúvida, um dos mais populares. Ora, isso não aconteceu com a pessoa e missão de São José na consideração da vida dos cristãos e na reflexão teológica. A prova disso é que nós estudamos teologia, mas certamente nunca ouvimos falar de São José ou do seu papel na nossa redenção. Seu silêncio, seu escondimento, sua modéstia foram uma constante, e continuam sendo ainda hoje. Pouco temos ou fizemos para reforçar a devoção dele entre o povo, salvo exceções; nem mesmo sabemos que existe uma josefologia que reforça o conhecimento de sua participação no plano de Deus como ministro de salvação.

Então, o que encontramos sobre São José é o suficiente para assegurarmos a ele o lugar na Igreja e nos nossos corações. O seu silêncio não será obstáculo para não o exaltar e tê-lo como o nosso mestre espiritual. Não tenho dúvida que o seu silêncio, a sua humildade, o seu escondimento, sejam, justamente, o fascínio que ele exerce sobre nós, seja nas pessoas simples, como também nos santos.

Viva São José!

Pe. José Antônio Bertolin, OSJ
Diretor do Centro de Espiritualidade Josefino Marelliana

Bibliografia: BERTOLIN, Jose Antonio. São José, referencial para o cristão. Estudos Josefinos, Apucarana, n° 63, p. 29-31, outubro-dezembro, 2022.