A Congregação dos Oblatos de São José foi fundada em Asti, cidade situada ao norte da Itália, em 14 de março de 1878, pelo Sacerdote José Marello, com 34 anos de idade. Quando o Marello idealizou a Congregação, ele a quis quase que seguindo um desejo profundo de seu coração, a fim de que esta fosse a promotora dos interesses de Jesus a exemplo de São José, homem simples e humilde e totalmente dedicado à causa do reino no particular ministério de pai e educador de Jesus.
Promover os interesses de Jesus para a nossa Congregação significava empenhar-se no cumprimento daquilo que dia a dia a Divina Providência indicaria aos seus membros. Dócil a esta inspiração, a Congregação na voz de seu primeiro Superior Geral, Pe. João Cortona, deu um passo importantíssimo no serviço ao reino de Deus dentro da Igreja.
Deus suscitou José Marello que viveu em Asti e Acqui o heroísmo cristão na educação e formação dos jovens e na entrega aos mais humildes, abrigando e assistindo idosos e marginalizados, pessoas desconsideradas da nova burguesia industrial do final do século XIX.
A Congregação dos Oblatos de São José tornava-se uma pequena faísca capaz de produzir grande incêndio e assim o grupo de jovens que havia aceito o ideal proposto por Marello foi crescendo sempre mais. Afinal, o Marello ensinava a eles essa máxima: “Uma vez fixada a meta, ainda que o céu venha abaixo, é preciso olhar para ela, sempre para ela”, escrevia quando contava 20 anos.
Aos poucos, formou-se uma verdadeira família religiosa, com ideal cada vez mais claro: o mundo precisava de pessoas que vivessem para educar a juventude de forma integral, que levassem a mensagem salvadora e libertadora de Cristo a todos os povos e fizessem conhecer a figura sublime de José de Nazaré, o guarda do Redentor para que ele pudesse ser mais conhecido, divulgado e imitado pelos cristãos.
Hoje, a Família Josefina está espalhada em várias partes do mundo, perfazendo países e continentes. São mais de quinhentos membros, responsáveis por mais de um milhão de pessoas em suas paróquias e milhares de jovens e crianças em suas escolas e centros sociais.
Jesus dizia: “A messe é grande, mas os operários são poucos”; Itália, Polônia, Índia, Filipinas, Estados Unidos, Nigéria, México, Peru, Bolívia, Romênia, e Brasil, Moçambique, Espanha, Alemanha, etc. Muitas raças, muitas línguas, muitos povos, muitas maneiras de viver na doação a vocação religiosa, sempre na imitação da figura fascinante de São José, o “ministro da salvação” escolhido a dedo por Deus.
No Brasil a Congregação dos Oblatos de São José está presente desde 1919, quando o Papa Bento XV, expressou ao Superior Geral, seu desejo que a Congregação desse um passo de generosidade e coragem rumo ao Brasil, pois “nele vivia um povo realmente abandonado, onde a graça até então o tinha conservado na fé, mas agora chegava o tempo de todos se preocuparem, inclusive os bispos e o Papa”.
Para o Papa este chamado da Providência ao Brasil se tratava da ” Voz de Deus”, além do mais ele mesmo disse que seria uma alegria muito grande para o seu coração de Papa que a Congregação aceitasse este desígnio. Animados pelas palavras de Bento XV que via nesta iniciativa a vontade de Deus, e pelo potencial que o Brasil oferecia, a Congregação decidiu enviar o primeiro grupo de missionários Oblatos, formados por quatro sacerdotes e um irmão consagrado.
E assim animados partiram no dia 15 de setembro de 1919, zarpando do porto de Gênova, rumo à nova aventura do Reino. Na bagagem apenas um pouco de roupa, alguns livros de oração e poucas liras nos bolsos, assim como uma vontade enorme de trabalhar e de servir a Deus na pessoa dos irmãos a exemplo de São José. Foram 22 dias de viagem no mar aberto a bordo de um navio. Aos 07 de outubro, dia de Nossa Senhora do Rosário, pisavam no solo brasileiro, desembarcando no Rio de Janeiro. Após alguns dias na cidade, chegam na capital paranaense no dia 17 de outubro. Aos 17 de janeiro de 1920 recebiam oficialmente o primeiro campo de trabalho na cidade de Paranaguá, que na época contava com 15 mil habitantes, e se destacava pelo seu famoso porto. Assim, com muita dedicação e trabalho, depois de três anos de luta, dentro do espírito e do carisma Josefino, esses religiosos organizaram também um colégio, que no início começou a funcionar com 30 alunos e no ano seguinte contando com 176 jovens e adolescentes que eram instruídos por eles.
Os primeiros vinte e seis anos de missão brasileira, foram árduos e cheios de provações, pois nossos religiosos Oblatos não poupavam nenhum esforço e sacrifício para construir o melhor do Reino. Dessa maneira o carisma Josefino manifestou-se de modo particular no desprendimento e desapego completo, na pobreza vivida, na obediência aos bispos e superiores, no serviço incansável do apostolado. E os seus frutos foram aumentando e espalhando-se pelo território brasileiro, nas diversas cidades de São Paulo, Paraná e Mato Grosso, onde o clamor do povo almejava crescimento espiritual e educacional, expressado das diversas formas pelos nossos sacerdotes Josefinos. Hoje a Congregação dos Oblatos de São José trabalha no Brasil em diversas localidades do país nas diversas formas de atividades: sociais, colégios, paróquias, seminários, centros sociais, creches, centro de estudos josefinos, centro juvenil e vocacional, procurando valorizar, apoiar e formar cidadãos cristãos, principalmente os mais necessitados, para uma vida plena e realizada.
A todos os Oblatos de São José, parabéns pela belíssima missão que realizam na vida e história de tantos, que nestes 145 anos Deus derrame de forma abundante as bençãos e graças a esta família religiosa. Que São José, a Virgem das Dores e São José Marello, pai fundador, intercedam por cada membro da congregação, para que continuem na missão de educar as mentes e os corações das pessoas.
Pe. José Antônio Bertolin
Conselheiro Provincial
Diretor do Centro de Espiritualidade Josefina