Prezados Oblatos Irmãos, Padres, formandos, Leigos Josefino-Marellianos e Missionários.
Estamos ainda celebrando a Páscoa, pois o 16 de abril de 2023 é o segundo Domingo da Pás-coa, chamado de Domingo das vestes brancas. E o Papa João Paulo II desejou que este fosse tam-bém o Domingo da Divina Misericórdia. Este dia conclui o que se chama de os oito dias da Páscoa, ou Oitava Pascal. Mas o Tempo da Páscoa continuará até o Domingo de Pentecostes, completando assim oito semanas. O número oito é relativo à ressurreição, pois ela acontece, segundo os relatos evangéli-cos, em um Domingo, que inicia uma outra semana. Visto na perspectiva da criação, que na simbologia de Gênesis aconteceu em seis dias, com o sétimo para o repouso de Deus, o dia seguinte, novamente o primeiro dia de uma nova semana, seria a recriação, inaugurada com a ressurreição. Uma semana, sete dias, mais um dia, e temos o oitavo dia. Como afirmei, o número oito é valorizado no Cristianismo como um dos sinais do Ressuscitado.
A Ressurreição nos faz seres humanos renovados, que podem olhar para o futuro com alguma esperança, nascida não das próprias forças humanas, mas da vida da Graça. No entanto, os sinais de morte e destruição teimaram, ao longo da história, por se fazer presentes. E continuam investindo pe-sadamente sobre a sociedade, a cultura e, de modo especial, sobre os mais frágeis da sociedade.
Nestes dias de oitava da Páscoa acompanhamos um terrível terrorismo, que está acontecendo em torno e mesmo na mente e no coração de nossos jovens. É um terrorismo que não precisa de avião sequestrado, de bombas implantadas em construções, de armas de fogo, distribuídas e facilitadas de modo demoníaco entre a população, como vimos em meses recentes. Trata-se de algo mais grave, mais terrível, que usa as redes sociais, lugares onde os jovens vivem, buscam relacionamentos, encon-tram parte de suas diversões. Sites e formadores de opinião propõem atos imorais, violentos e até mas-sacrantes, assassinos, em meio aos jovens. Isso é diabólico, no pleno sentido da palavra, pois divide a vida, destrói a possibilidade de felicidade, faz o engano e a mentira ser observada como verdade, como empenho de superação. É a total inversão ou, melhor, perversão do que poderia ser bom e saudável.
Infelizmente, tragicamente, vemos mortes de crianças; ameaças de perseguição pessoal sobre quem não realiza algumas tarefas propostas virtualmente, mas para ser realizadas na prática; vemos o mal que se difunde entre os que ainda têm dificuldade de distinguir o certo do errado. Aliás, nossos tempos travestem de ilusão e fantasia as mais abomináveis mentiras. Ainda vivemos em um mundo que teima envolver a todos nas trevas da mentira e da autodestruição.
Por isso, precisamos renovar nossa Fé e Esperança em Cristo. Não mudaremos o mundo de modo súbito, mas poderemos fazer a diferença nos ambientes em que estivermos. Especialmente junto aos mais jovens, que precisam ter vida, e vida em abundância. Precisamos urgentemente educar mente e coração, como indica nosso santo pai fundador, José Marello.
Que o Tempo Pascal nos encontre dispostos a fazer a História ter o Cristo Senhor como foco e sentido.
A todos, Graça e Paz!
Pe. Mauro Negro, OSJ
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