O tempo do Advento, por sua própria natureza, é um tempo na vida da Igreja que olha para o futuro. Sim, Cristo não apenas virá como uma criança no Natal, mas veremos Sua gloriosa vinda no fim dos tempos. O nosso próprio futuro, o que Deus nos pede, como podemos responder e como guiar a nossa vida à luz da nossa fé também são as coisas que podemos pensar neste tempo de advento.
Poderíamos responder «sim» ao que Deus nos pede?
O Natal é o dia em que Deus se entrega totalmente a nós, e esperamos nos entregar totalmente a Deus. Às vezes hesitamos em responder a Deus por medo de fazer certas promessas. Podemos pensar que não somos dignos de seu amor e atenção. Podemos temer, assim como São José (cf Mt 1,20), que o que Deus está nos pedindo pode ser mais do que podemos suportar.
O Papa Francisco numa entrevista em 2013 tenta nos assegurar de não ter medo. Ele disse, «Deus nunca dá um dom a quem não é capaz de recebê-lo. Se nos oferece o dom do Natal é porque todos temos a capacidade para compreendê-lo e recebê-lo. Todos, desde o mais santo até o mais pecador, do mais limpo até o mais corrupto. Inclusive o corrupto tem esta capacidade: coitado, a tem um pouco oxidada, mas a tem».
O Natal é um dom, um apelo que nos convida a examinar o nosso verdadeiro apreço pelo Dom de Deus. Tomemos o exemplo de São José, apesar de ter medo no começo, deu o seu sim ao chamado de Deus, para apreciar o maior Dom de Deus. São José levantou-se para fazer o que Deus queria, mesmo que não fosse de acordo com o seu plano.
Não importa quanto tempo levaremos para preparar nosso «sim» a Deus. Deus é paciente (Salmo 103,8). Ele não se cansa de nos esperar. Ele quer que reconheçamos o Dom que Ele dá e o Dom que Ele cria para que possamos devolvê-Lo pelo nosso «sim».
Neste advento, vamos preparar o nosso «sim» para acolher o chamado de Deus, o coração da própria vocação, o rosto do Amor, que é Jesus Cristo.
Frei John Mark Sebuc Comia, OSJ
Juniorista. Missionário Oblato filipino no Brasil